De acordo com um relatório do Boston Consulting Group e do MIT Sloan Management Review, 60% dos funcionários veem a inteligência artificial como um colega de trabalho e não uma ameaça. Além disso, o BCG afirma que empresas com funcionários que obtêm valor da IA têm 5,9 vezes mais chances de obter benefícios financeiros significativos do que organizações onde os funcionários não obtêm valor da IA.
O relatório, “Achieving Individual—and Organizational—Value With AI”, apresenta as descobertas do sexto esforço de pesquisa consecutivo entre o MIT SMR e o BCG sobre inteligência artificial e estratégia de negócios. Inclui resultados de uma pesquisa global com 1.741 gerentes e entrevistas com 17 executivos, representando mais de 100 países e 20 setores, sobre o uso da IA no trabalho. De acordo com o relatório, os indivíduos obtêm valor pessoal da IA quando o uso da tecnologia melhora sua autodeterminação, que abrange sua competência, autonomia e relacionamento.
“O uso de IA nos negócios agora é generalizado. Muitas tecnologias incorporaram, e até mesmo ocultaram, componentes de IA dos quais os funcionários podem nem estar cientes”, diz Sam Ransbotham, professor de análise no Boston College e editor convidado da iniciativa de pesquisa MIT SMR Artificial Intelligence and Business Strategy Big Ideas. “Por exemplo, a ideia de que gerentes que usam IA substituirão profissionais que não usam IA perde o sentido quando todos estão usando a tecnologia”.
Compreendendo a extensão da IA no trabalho
O uso da IA é tão difundido que os trabalhadores individuais podem considerar alguns de seus aplicativos como garantidos. De acordo com os resultados, 66% dos indivíduos relatam que não usam IA ou usam minimamente. Mas, quando solicitados com exemplos específicos de aplicativos de negócios aprimorados por IA, como aplicativos de produtividade de escritório, calendários e software de gerenciamento de relacionamento com o cliente, 43% desses entrevistados reconhecem que usam regularmente ou às vezes produtos de negócios com IA.
“Quando os indivíduos não sabem que estão usando IA, eles naturalmente têm mais dificuldade em reconhecer seu valor”, disse François Candelon, diretor global do BCG Henderson Institute e coautor do relatório. “Nossa pesquisa mostra que os funcionários que usam IA conscientemente têm 1,6 vezes mais chances de obter valor individual e 1,8 vezes mais chances de ficarem satisfeitos com seus empregos do que aqueles que não percebem que usam IA”.
Obrigar o uso de IA é um passo crítico para superar a resistência
Os entrevistados citaram que a obrigatoriedade do uso da IA é um importante passo inicial para superar a resistência: indivíduos obrigados a usar a tecnologia no trabalho têm três vezes mais chances de usá-la regularmente, em comparação com aqueles que não têm essa obrigação. A autonomia, porém, deve ser garantida pela liderança. Os indivíduos que podem substituir a IA têm 2,1 vezes mais chances de usá-la regularmente em comparação com aqueles que não podem substitui-la. Além disso, os gerentes que lideram pelo exemplo usando inteligência artificial com suas equipes têm 3,4 vezes mais chances de aumentar o uso regular da tecnologia entre os membros individuais da equipe do que os gerentes que não o fazem.
“A confiança é apenas um fator que impulsiona a adoção da IA: ser obrigado a usá-la. Ver seu chefe usá-lo. Tudo isso contribui para a adoção, especialmente nos estágios iniciais das implantações de IA”, observou David Kiron, diretor editorial do MIT SMR e coautor do relatório.
O impacto da IA na satisfação no trabalho, competência e interação com colegas de trabalho
De acordo com o relatório, 64% dos entrevistados obtêm pessoalmente pelo menos valor moderado do uso da IA. Esses trabalhadores têm 3,4 vezes mais chances de estarem satisfeitos em seus empregos do que os funcionários que não obtêm valor da tecnologia. Apenas 8% dos entrevistados globais estão menos satisfeitos com seus empregos por causa da IA.
Indivíduos que recebem sugestões baseadas em IA para melhorar seu desempenho têm 1,8 vezes mais chances de se sentirem mais competentes em suas funções do que aqueles que não recebem. Além disso, os funcionários que trabalham em organizações que investem em na ferramenta que melhoram a qualidade da tomada de decisões, para assuntos como programação de operações, gerenciamento de estoque e retorno sobre o investimento (ROI) de marketing têm 1,5 vezes mais chances de perceber o valor individual da IA em comparação com aqueles que estão em organizações que não investem nesse tipo de programa. Além de ajudar os funcionários a se sentirem mais capazes em seu desempenho no trabalho, a pesquisa revelou que muitos entrevistados acham que o uso da IA melhorou as interações com os membros de sua equipe (56%), com seus gerentes (47%) e com outras pessoas em seus departamentos (52%).
“Para obter os benefícios financeiros e organizacionais da IA, os gerentes devem promover um ciclo virtuoso de uso e valor no nível individual, cultivando confiança, compreensão e consciência da tecnologia”, disse Shervin Khodabandeh, sócio sênior e diretor executivo do BCG, colíder do GAMMA na América do Norte e coautor do relatório. “A relação entre o valor individual e organizacional da IA é aditiva, não de soma zero”.
Fonte:
https://tiinside.com.br/23/11/2022/60-dos-profissionais-que-usam-ia-nao-veem-a-tecnologia-como-ameaca/
