Tentativas de golpe de phishing e de trojans bancários tiveram aumento de 617% e de 50, respectivamente, nos últimos 12 meses, de acordo com relatório da Kaspersky
Embora nos últimos 12 meses os ataques de malware a computadores e dispositivos móveis no Brasil tenham se mantido estáveis, as tentativas de golpe de phishing e de trojans bancários, por sua vez, registraram aumento de 617% e de 50, respectivamente, no período, de acordo com relatório da Kaspersky, apresentado durante o evento anual da empresa, que acontece este semana em San José, na Costa Rica.
O setores mais afetados foram governo e financeiro – além dos internautas comuns, segundo o levantamento feito com base nas tentativas de ataques bloqueadas pelo sistema de telemetria da Kaspersky no período de junho de 2021 até julho deste ano. No total, a telemetria registrou 286 milhões de bloqueios de phishing nos últimos 12 meses, o que dá uma média de 544 ataques por minuto. No Brasil, o aumento foi de mais de cinco vezes, segundo Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
Entre os países mais afetados estão o Brasil com 134 milhões de tentativas de ataque, México (43 milhões), Peru (31,5 milhões), Colômbia (30,9 milhões), Equador (12,2 milhões), Chile (10,5 milhões) e Argentina (9,4 milhões). Já em relação aos temas mais utilizados nas mensagens de phishing, 42,8% referem-se ao setor financeiro, tais como comunicados de bancos, sistemas de pagamento ou serviços financeiros, enquanto 14,7% dizem respeito a serviços de internet e 14,7%, a lojas online.
De acordo com Assolini, o phishing segue sendo o vetor mais importante para roubo de dados das pessoas e é o primeiro passo incidentes cibernéticos que resultam no vazamento massivo de dados massivos.
Assim com o phishing, o trojan bancário também cresceu nos últimos 12 meses, com aumento de 50% na comparação com o período anterior. Segundo a Kaspersky, a América Latina registra 7.160 ataques diários, o que dá uma média de cinco tentativas de infecção por minuto. O interessante, segundo
Assolini, é que o gráfico dos bloqueios na região mostra uma tendência oposto ao cenário global, que é de queda desse tipo de ataque.
Fonte: Kaspersky
O ranking dos países mais afetos mostra o Brasil na liderança com 1,8 milhão de tentativas de infecção no período analisado, seguido pelo México (271 mil), Colômbia (72 mil), Peru (58 mil), Equador (36 mil), Argentina (29 mil) e Chile (21 mil). No Chile, a família mais ativa é o Banbra, um trojan brasileiro. No ranking global aparece a Rússia, Índia e China na segunda, quarta e quinta posições respectivamente.
O diretor de análises e pesquisas da Kaspersky observa que a América Latina está se consolidando tanto como uma das principais vítimas de ataques de trojans bancários quanto como o principal exportador desse tipo de ameaça em nível global.
*O jornalista viajou à Costa Rica a convite da empresa.
Fonte:
https://www.cisoadvisor.com.br/phishing-cresce-mais-de-5-vezes-no-brasil-e-trojans-ganham-forca/