Relatório da Chainalysis revela que o montante representa recorde histórico, embora enfatize que se trata de uma cifra conservadora
As criptomoedas registraram fortes oscilações no ano passado, com as cotações marcadas por quedas sucessivas, mas a popularidade dos tokens digitais entre os criminosos atingiu novo pico, de acordo com uma nova análise pela plataforma de dados blockchain Chainalysis. O estudo mostra que o volume de transações ilícitas usando moedas digitais alcançou recorde histórico de US$ 20,1 bilhões em 2022 — o relatório enfatiza, no entanto, que se trata de uma cifra conservadora.
“O ano passado marcou um novo recorde histórico em atividades ilícitas envolvendo criptoativos, com volumes de negociações superando US$ 20 bilhões”, disse o diretor de pesquisa da Chainalysis, Kim Grauer, à Fox Business. “É importante observar que esta cifra é uma estimativa no limite inferior que provavelmente aumentará à medida que identificarmos novos endereços associados a atividades ilícitas. Mesmo assim, as atividades ilícitas continuam refletindo uma pequena fração do volume total de transações com criptomoedas, de menos de 1%.”
Uma parte significativa do volume de transações ilícitas (44%) veio de atividades associadas a entidades que sofreram sanções, por envolvimento em práticas fraudulentas, corruptas, etc, que tiveram um aumento de 10.000.000% de 2021 a 2022 — a maioria das quais foi realizada na exchange de criptomoedas Garantex, com sede na Rússia. A plataforma “conseguiu continuar operando impunimente”, disse a Chainalysis, apesar de ter sido sofrido sanções pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA.
O roubo de fundos criptográficos também aumentou ano sobre ano, mas por uma margem muito menor de 7%. Os volumes de transações para todos os outros crimes medidos — como financiamento ao terrorismo, ransomware, tráfico humano e golpes — caíram.
Ainda assim, o relatório deixa claro que há uma probabilidade de que a estimativa de 2022 possa aumentar. O valor inicial em 2021 era de cerca de US$ 14 bilhões em atividades ilícitas de criptoatrivos, número aumentou para US$ 18 bilhões após a descoberta de novos golpes.
A Chainalysis não incluiu transações supostamente realizadas sob fraude ou contabilidade que não foram processadas, como nas implosões de alto perfil de várias empresas de criptografia como a FTX, que em novembro do ano passado entrou com pedido de recuperação judicial devido à grave crise de liquidez. A implosão da exchange já custou bilhões de dólares aos clientes em depósitos de criptomoedas perdidos, desencadeando investigações policiais que podem levar a acusações criminais.
“A falência e os processos criminais associados a esses colapsos ainda estão em andamento”, escreveram os analistas Chainalysis. “Então, por enquanto, vamos deixar as questões de criminalidade para o sistema legal.”
Fonte:
https://www.cisoadvisor.com.br/crimes-envolvendo-criptoativos-superaram-us-20-bilhoes-em-2022/