É necessário colocar a cibersegurança em primeiro lugar e implementar políticas de acordo com as particularidades do negócio
O relatório Cost of a Data Breach Report, da IBM Security, mostrou que o país com a taxa de crescimento mais rápida quando se trata do custo por violação de dados foi o Brasil, com um aumento de 27,8% em relação ao ano passado. Em valores, isso representa uma alta de US$ 1,08 milhão para US$ 1,38 milhão. Este é um número que chama a atenção e abre uma discussão sobre o quanto as empresas estão considerando a adoção de estratégias de cibersegurança como uma questão prioritária para mitigar os riscos.
Vejo que muitas organizações ainda não consideram a incorporação de medidas de segurança desde o início da concepção de um projeto ou produto. O que geralmente acontece é a integração desta proteção após o processo ser finalizado ou, no pior dos cenários, após um incidente ter ocorrido.
Algumas questões estão atreladas a este tipo de comportamento. Li uma pesquisa da HP que aponta que 76% dos líderes de TI afirmaram que a segurança passou a ser algo secundário para a continuidade dos negócios ao longo da pandemia. Esta prática acabou se estendendo e, como resultado, houve o aumento de ataques a corporações, atingindo serviços de Rede Privada Virtual (VPN), servidores, sistemas em nuvem e entrega de projetos, como aplicativos e produtos que acabaram se tornando vulneráveis para a ação de cibercriminosos.
Protocolos de segurança
É necessário colocar a cibersegurança em primeiro lugar. Mais do que isso, garantir que as ações sejam seguidas não só pela própria equipe de TI, mas também por todos os colaboradores, fortalecendo uma cultura que seja adotada por toda a empresa.
Para isso, algumas práticas podem ser aplicadas, por exemplo:
- adoção de sessões frequentes de treinamento e conscientização de colaboradores;
- gerenciamento e controle de projetos com análises e testes para entender a melhor forma de protegê-los;
- aplicação de criptografia dos dados – não só nos dispositivos, como também nos softwares e demais produtos desenvolvidos para reduzir os riscos de exposição de informações de usuários e da própria empresa;
- investir em ferramentas de cibersegurança que possam monitorar e detectar qualquer fragilidade no sistema, ajudando a mitigar as brechas de segurança.
É fundamental, portanto, implementar políticas de acordo com as necessidades e particularidades de cada negócio. Para isso, é necessário pensar desde o início como aquele projeto será protegido e, com isso, desenvolver uma postura proativa na gestão de riscos desde o primeiro momento, buscando prevenir as ameaças ao invés de remediá-las.
Esses são apenas alguns fatores que precisarão contar com uma gestão mais atenta no mundo da cibersegurança. Para 2023, é preciso não apenas manter a atenção para formas de controlar riscos, mas, também, exercitar uma visão mais abrangente de tudo o que permeia os desafios existentes e como esses pontos podem estar conectados. Então, o próximo passo é trazer soluções mais integradas e resolver, por exemplo, o cenário de oferta e demanda.
Imagem destacada: Rawpixel.com/Shutterstock.
Fonte:
https://olhardigital.com.br/2023/02/27/colunistas/a-ciberseguranca-deve-se-tornar-uma-prioridade-na-cultura-corporativa/