Aposto que você já ouviu (e muito) sobre ESG. Advinda do inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), a sigla vem sendo bastante discutida nos últimos anos porque traz consigo um conceito que visa avaliar o desempenho das empresas em relação às práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável. Quando falamos sobre essa aplicação na indústria gráfica, existem muitos desafios que precisam ser ainda discutidos no quesito sustentabilidade, mas o setor tem evoluído na implementação de ações para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e a poluição do meio ambiente em geral.
Porém, gostaria de focar neste texto para trazer luz a algumas considerações que acredito serem importantes quando falamos no pilar Social, uma vertente não tão comentada, mas que tem ganhado espaço, principalmente nos departamentos de gestão de pessoas das empresas. De acordo com estudo realizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil entre setembro e outubro de 2022, em parceria com a Stilingue e a consultoria Falconi, o pilar social tem sido o foco de quase 70% das empresas pesquisadas.
No geral, o pilar Social contempla a relação com os colaboradores, com os fornecedores, clientes e comunidade. Especificamente no tocante aos colaboradores, iniciativas do pilar Social abrangem desde temas como diversidade e inclusão, como equiparação e benefícios salariais, desenvolvimento de carreira, educação corporativa, saúde, bem-estar e segurança psicológica no ambiente de trabalho.Quanto às ações voltadas à comunidade, podem ser praticadas via entrega doação de itens essenciais, porém são ainda mais efetivas quando voltadas a atividades perenes e com o fim de desenvolver seus integrantes, de forma a capacitá-los para sua integração na sociedade e na economia.
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais e com grandes desigualdades sociais, trabalhar no pilar Social é fundamental para a geração de oportunidades e redução dessas distâncias, principalmente entre os públicos mais vulneráveis – daí a importância da contribuição em projetos sociais para fortalecer o desenvolvimento econômico. E unindo essas duas pontas do Social – colaboradores e comunidade – temos os times de recrutamento e seleção das empresas atuando através de vagas afirmativas por gênero, etnia ou outros grupos minoritários, em busca de mais diversidade e inclusão.
Embora a agenda ESG tenha avançado de forma significativa na indústria gráfica ao longo dos anos, ainda há muitos desafios que permeiam os três pilares, principalmente em um país tão diverso como é o nosso. Mesmo que o desenvolvimento sustentável dos negócios seja uma meta desafiadora, ela é necessária. Claro que ainda há um longo caminho a percorrer, mas já estamos no sentido certo.
Julia Morassutti, diretora Jurídica, de Gente e Cultura, Relacionamento e Sustentabilidade da Printi.
Fonte:
https://tiinside.com.br/14/04/2023/os-desafios-do-esg-na-industria-grafica-do-brasil/